Hubble captura imagem inédita do cometa interestelar 3I/ATLAS

Quando o Telescópio Hubble registrou a foto mais nítida de cometa interestelar que já se viu, o mundo científico já se preparava para o que viria a ser um marco histórico. A imagem, obtida em , mostrou o cometa 3I/ATLAS a 445 milhões de quilômetros da Terra, revelando um casulo de poeira em forma de lágrima que sai do núcleo gelado. O que torna esse registro especial não é apenas a clareza, mas o fato de que ele captura o visitante interestelar em plena passagem, oferecendo aos astrofísicos um laboratório natural de alta velocidade.
Visão inédita: a foto que mudou a narrativa
A foto foi tirada pelo instrumento de Campo Amplo 3 (WFC3) do Hubble, que, graças à sua sensibilidade no espectro visível e infravermelho próximo, pôde separar a fina névoa de dióxido de carbono da brilhante cauda. "É como observar a trilha de um avião a jato a 200.000 km/h", disse Dr. Ana Clara Lopes, pesquisadora da NASA. O detalhe do "cálice" de poeira – quase translúcido – nunca havia sido registrado para um objeto interestelar.
O caminho do 3I/ATLAS: da descoberta ao encontro
O cometa foi anunciado oficialmente em , mas a história começou antes. Em , o Observatório Vera C. Rubin, ainda em fase de testes, capturou imagens preliminares do objeto, dez dias antes de sua notificação à comunidade.
Segundo a CNN Brasil, o cometa viaja a impressionantes 209.000 km/h, embora outros relatórios apontem para velocidades ligeiramente superiores a 210.000 km/h. Essa velocidade faz dele o mais rápido objeto interestelar já observado dentro do nosso Sistema Solar.
Em termos de tamanho, as medições variam. As primeiras imagens do Rubin sugerem um diâmetro de cerca de 11,2 km, mas um estudo aceito pelo The Astrophysical Journal Letters estima que o núcleo visível pode ter entre 305 metros e 5,6 km. Mesmo no menor cenário, 3I/ATLAS ultrapassa em muito o tamanho de 'Oumuamua (aprox. 200 m) e do cometa Borisov (cerca de 0,5 km).
Observações multi‑instrumento: JWST, SPHEREx e mais
Desde a primeira foto do Hubble, o cometa tem sido alvo de uma constelação de observatórios. O Telescópio James Webb, usando seu espectrógrafo NIRSpec, detectou que a nuvem ao redor do núcleo contém predominância de CO₂, sugerindo que o corpo se formou em um ambiente muito mais rico em radiação do que o nosso cinturão de Kuiper. "A composição indica um cenário de formação próximo a estrelas massivas, onde o CO₂ congela antes do H₂O", explicou Prof. K. Patel, astrofísico da ESA.
Em agosto de 2025, o satélite de missão SPHEREx registrou a assinatura espectral do cometa, confirmando a presença de água gelada além do CO₂. Essa combinação – água e dióxido de carbono em abundância – é rara e reforça a ideia de que 3I/ATLAS pode ter nascido em um disco protoplanetário externo a nossa galáxia.
As missões de apoio também incluíram duas sondas da Agência Espacial Europeia que orbitam Marte. No dia , o cometa fez sua maior aproximação ao planeta vermelho, permitindo que as câmeras destas sondas registrassem a cauda em detalhes inéditos.

Implicações científicas: o que a composição revela
- Velocidade: 209–210 km/h – o recorde de velocidade entre objetos interestelares observados.
- Tamanho estimado: entre 0,3 km e 11,2 km, tornando‑o o maior visitante já documentado.
- Composição: alto teor de CO₂, água gelada, e traços de compostos orgânicos complexos.
- Origem provável: região de formação ao redor de estrelas massivas, possivelmente fora da Via Láctea.
Esses dados têm repercussões importantes para a teoria de formação planetária. Se um objeto desse tamanho e composição pode ser lançado de um sistema estelar diferente, isso implica que processos de ejeção são mais comuns do que se pensava. Além disso, a presença de água em forma de gelo reforça a hipótese de que cometas interestelares poderiam entregar voláteis a planetas jovens em outras galáxias.
Próximas observações e missões
Entre e , a missão JUICE (Jupiter Icy Moons Explorer) da ESA terá a oportunidade de observar 3I/ATLAS logo após o periélio (ponto mais próximo do Sol). Isso significa que o cometa estará em seu estado de maior atividade, liberando quantidades máximas de gás e poeira, ideal para estudos de espectroscopia de alta resolução.
NASA também está avaliando a possibilidade de usar o rover Perseverance para captar imagens de possíveis partículas meteóricas deixadas pelo cometa na atmosfera marciana. Enquanto isso, o Rubin continuará seu programa de varredura e, segundo previsões internas, deve detectar até 50 novos objetos interestelares na próxima década.
Em suma, o que começou como um ponto cintilante no céu de junho agora se transformou em um laboratório cósmico em movimento, conectando instituições dos EUA, Europa e Chile em uma colaboração sem precedentes.
Resumo dos fatos principais
- 21/07/2025 – Telescópio Hubble tira foto histórica a 445 mil km da Terra.
- 01/07/2025 – Descoberta oficial do cometa 3I/ATLAS.
- 21/06/2025 – Imagens preliminares do Observatório Vera C. Rubin.
- 03/10/2025 – Aproximação máxima de Marte.
- 02‑25/11/2025 – Observação planejada pela missão JUICE.

Perguntas Frequentes
Qual a importância da descoberta do 3I/ATLAS para a astronomia?
O 3I/ATLAS é, até hoje, o maior e mais detalhadamente observado cometa interestelar. Sua velocidade extrema e composição rica em CO₂ oferecem pistas sobre como objetos são ejetados de sistemas estelares distantes, ampliando a nossa compreensão dos processos de formação planetária em outras galáxias.
Como a missão JUICE observará o cometa?
Durante o intervalo de 2 a 25 de novembro de 2025, JUICE apontará seus instrumentos espectroscópicos para o 3I/ATLAS enquanto ele se afasta do Sol. Isso permitirá medir a composição da nuvem de gás e da cauda em condições de máxima atividade, complementando os dados já obtidos pelo Hubble e JWST.
O que diferencia o 3I/ATLAS dos visitantes 'Oumuamua e Borisov?
Além de ser consideravelmente maior – possivelmente até 11 km de diâmetro – o 3I/ATLAS apresenta um alto teor de dióxido de carbono, algo não observado em 'Oumuamua (um objeto aparentemente inorgânico) ou em Borisov (principalmente água e gelo). A velocidade também é um ponto de distinção, sendo a mais alta registrada.
Quais instituições estão envolvidas nas observações?
Além do Telescópio Hubble, o Observatório Vera C. Rubin, o Telescópio James Webb, a missão SPHEREx, a NASA e a Agência Espacial Europeia (incluindo JUICE) estão coordenando campanhas de observação.
O cometa pode representar um risco para a Terra?
Não. A trajetória calculada coloca o 3I/ATLAS a centenas de milhões de quilômetros da Terra durante sua passagem. Os cálculos de risco dão probabilidade desprezível de impacto, mas o evento serve como um alerta da necessidade de monitoramento contínuo de objetos interestelares.
5 Comentários
Não é de hoje que eu vejo esses "avanços" da NASA como formas de desviar a atenção do público. Cada nova imagem que eles divulgam vem acompanhada de um discurso de "progresso" que, na verdade, serve para legitimar projetos secretos que ninguém tem permissão de questionar. Eles falam de CO₂ e água gelada como se fossem descobertas revolucionárias, mas quem controla os telescópios também controla o que podemos saber sobre o que realmente está acontecendo lá fora. E ainda dizem que isso tudo é pra entender a origem dos cometas, mas parece mais um teste de vigilância cósmica. Quando eles falam de velocidade recorde, é só mais um número para encher o ego dos dirigentes de agências espaciais, que, convenhamos, já têm outras agendas – como a militarização do espaço. A verdade é que esses eventos são usados para criar um clima de medo e admiração, mantendo a população focada em um “inimigo distante” enquanto ignoram os verdadeiros problemas na Terra.