Caso de estupro: o que fazer agora?

Descobrir que sofreu um estupro mexe o corpo e a cabeça. A primeira reação pode ser o medo, mas agir rápido faz toda a diferença. Quer saber por onde começar? Vamos dividir o processo em passos práticos, sem juridiquês ou enrolação.

Denúncia: onde e como registrar

O primeiro passo é levar o caso à polícia. Você pode ir até a delegacia mais próxima ou ligar para o número da Polícia Civil (190) e solicitar a Delegacia de Proteção à Mulher (DPV). Se preferir, use o aplicativo da Polícia Civil ou o site para registrar um boletim eletrônico. Não deixe de mencionar a data, horário e locais envolvidos; esses detalhes ajudam na investigação.

Se estiver em situação de risco imediato, ligue para o 180 – Disque 180 – que encaminha a denúncia para a polícia e garante sigilo. O importante é não ficar em silêncio. Cada relato ajuda a compor o quadro e a prender o agressor.

Preservação de provas e apoio especializado

Após a denúncia, preserve tudo que possa servir de prova. Vista uma roupa íntima limpa, tire fotos das lesões, guarde roupas usadas e não tome banho antes de fazer o exame de corpo de delito (ECD). O ECD pode ser feito no Hospital de Referência ou na Unidade de Saúde da sua cidade. Lembre‑se que o exame deve ser realizado dentro de 72 horas, mas alguns hospitais aceitam até 7 dias com justificativa.

Além da polícia, procure apoio psicológico. O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) oferece atendimento gratuito, e a maioria dos hospitais tem psicólogos dedicados a vítimas de violência sexual. Se preferir, ligue para o 180 e peça encaminhamento a serviços de saúde mental.

Quanto à parte legal, você tem direito a assistência jurídica gratuita. A Defensoria Pública ou a Secretaria de Justiça do seu estado disponibiliza advogados que acompanham o caso sem custo. Eles vão explicar como funciona o processo, garantir que seus direitos sejam respeitados e acompanhar a audiência, se for o caso.

Não esqueça dos direitos de afastamento do trabalho ou da escola. A lei garante licença remunerada de até 30 dias para a vítima, e a empresa deve aceitar a justificativa sem questionar. Se precisar de ajuda para formalizar o pedido, a Defensoria pode orientar.

Por fim, conecte‑se a grupos de apoio. Muitas ONGs têm redes de mulheres que já passaram por situações semelhantes e podem oferecer apoio prático, como auxílio para transporte até a delegacia ou companhia durante o exame.

Enfrentar um caso de estupro não é fácil, mas agir rapidamente e contar com a rede certa aumenta as chances de justiça e ajuda na recuperação. Não deixe o medo travar seu caminho: denuncie, preserve provas, procure apoio psicológico e jurídico. Você não está sozinha – a lei e a sociedade estão do seu lado.